
Golden Monkey
Arte, Consciência e Impacto
Durante o Festival Cidade da Cultura, São Paulo recebe uma visitante inusitada que chama a atenção logo no horizonte: Golden Monkey, escultura inflável monumental criada pela renomada artista australiana Lisa Roet.
Instalada no topo do edifício B32, no Itaim Bibi, a obra mescla arte contemporânea, ativismo ambiental e urbanidade. Com seu brilho dourado e forma imponente, a escultura parece observar a cidade — e nos convida a fazer o mesmo com o mundo ao nosso redor.

O Polo Cultural Educação e Arte é uma organização sem fins lucrativos fundada em 1998 por artistas independentes com o objetivo de descentralizar a produção cultural e democratizar o acesso à arte. Estruturado em três frentes — Polo.com (eventos culturais), Polo.tv (produção audiovisual) e Polo.edu (educação artística) — atua como um hub criativo que conecta arte, educação e inovação, impactando comunidades além do eixo central.
Idealizador do Festival Cidade da Cultura, o Polo já realizou mais de 400 projetos, capacitou milhares de jovens por meio de oficinas nas redes públicas e alcança uma audiência que ultrapassa 1 milhão de espectadores. Seu trabalho fortalece a economia criativa, promove o turismo cultural, valoriza identidades locais e fomenta políticas culturais inclusivas, sempre com foco na diversidade e na transformação social.
Ao longo dos anos, o Polo consolidou-se como referência em produção cultural integrada, reunindo artistas, governos, empresas e o terceiro setor. Mais do que criar eventos e conteúdos, contribui para o desenvolvimento dos territórios e para o fortalecimento do sentimento de pertencimento nas comunidades onde atua.

A artista
Lisa Roet é uma artista visual internacionalmente reconhecida por seu trabalho provocativo e engajado, que há mais de duas décadas explora a relação entre seres humanos e primatas.
Seu processo criativo inclui anos de pesquisa em florestas tropicais, laboratórios de biologia e museus de história natural, sempre em colaboração com cientistas, ambientalistas e antropólogos.
Por meio de esculturas, vídeos, instalações e performances, Roet provoca reflexões sobre identidade, evolução, natureza e a fragilidade do planeta que habitamos.


House of Oz
A vinda da Golden Monkey para o Brasil só foi possível graças à atuação da House of Oz, uma plataforma filantrópica que promove as artes cênicas e visuais australianas no cenário internacional.
Com sede no Reino Unido, a House of Oz apoia artistas por meio de financiamento, produção, logística e divulgação. Desde sua criação, já viabilizou mais de mil apresentações, dando visibilidade a nomes como Gravity & Other Myths, Lewis Major e companhias como Circa e Opera Australia. Sua parceria com o Festival Cidade da Cultura reafirma o papel transformador da arte em escala global.

A Escultura
Golden Monkey representa o macaco-dourado-de-nariz-arrebitado, uma das espécies mais ameaçadas do mundo, nativa das florestas montanhosas entre a China e Mianmar. Essa espécie rara é símbolo da biodiversidade em risco diante do avanço da urbanização, da perda de habitat e das mudanças climáticas.
A instalação não apenas surpreende pelo tamanho — são cerca de 20 metros de extensão — mas pela mensagem urgente que carrega:
“Estamos todos conectados. O que afeta o meio ambiente em uma floresta distante também nos impacta, direta ou indiretamente, nas cidades onde vivemos.”
Sustentabilidade
A presença da Golden Monkey no Festival Cidade da Cultura reforça um dos pilares do evento: usar a arte como ponte entre as pessoas, o território e o futuro.
A escultura dialoga diretamente com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU — especialmente os ODS:



Ela também marca presença em um dia simbólico: 24 de julho, quando celebramos o Dia Nacional da Política de Cotas no Brasil — uma data que reforça o compromisso com a inclusão, a justiça social e a diversidade.
A instalação acontece em um momento de mobilização global rumo à COP30, conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, que será realizada no Brasil em 2025. O Golden Monkey é, portanto, um chamado à ação — um convite para pensar e agir coletivamente por um futuro mais sustentável.
A cidade como palco
A escolha do topo de um prédio no centro financeiro de São Paulo não é aleatória: Roet acredita que a arte deve ocupar o espaço urbano, interromper o ritmo da cidade e criar oportunidades de reflexão.
A Golden Monkey já passou por cidades como Pequim, Melbourne, Edimburgo, Londres e Hong Kong. Em cada lugar, ela se transforma em uma sentinela silenciosa que observa, provoca e inspira.


O Cidade da Cultura é um festival multiartístico que vai acontecer em São Paulo durante o mês de julho, integrando mais de 150 espaços culturais da cidade.
O evento celebra e promove diversas formas de expressão artística, incluindo para isso 4 festivais temáticos: Jam Brasil (música), Arena da Palavra (literatura), Arte Circuito (galerias), Corpo em Performance (movimento) e Ria Comediando (humor).